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por Vieira do Mar, em 17.05.05
a tarde perfeita
é no circo? No jardim? No cinema? No McDonalds? Nada disso. A tarde perfeita, perfeitinha mesmo, assim como uma equação que noves fora nada, é um lanche no Frutalmeidas, ali à Av. de Roma.Os quatro apertadinhos numa daquelas mesas pequeninas e coladas umas às outras ao longo de um corredor fininho de chão de calçada, e à nossa frente um prato cheio de pastéis de massa tenra quentinhos, ui que isto queima as mãos! ai que me arde a língua! , rapidamente substituídos por outros ainda mais quentes, acompanhados por copos de sumos naturais, acabei o de maçã, agora quero provar o de manga, eu para mim quero de pêra, ai mãe que já bebi o meu todo, posso pedir de morango? E, depois de as barrigas terem crescido ao ponto de aquele corredor nos parecer ainda mais estreitinho, a mesa ainda mais pequenina e as cadeiras, dignas do refeitório de uma creche; depois de acharmos que nunca mais na vida vamos poder ver pastéis de massa tenra e fruta líquida à frente, fazemo-nos a uma fatiazona de tarte de maçã estrategicamente colocada no meio da mesa, despedaçada a preceito por quatros garfos gulosos que batem com os dentes uns nos outros só pelo gozo do clink clank. Chegamos a casa de barriga cheia e lá pela hora do jantar, eles sem poderem tomar banho e eu, enjoada que nem um peru bêbado e mortificada pela culpa, incapaz de entrar na cozinha, obrigando assim o pobre pater familias (que no interim regressa ao lar, esfomeado que nem um urso pós-hibernado) a um jantarinho frugal de leite com chocapics, pãozinho com manteiga e fruta. Com alguma sorte, terá ainda direito a um pastel de massa tenra, frio e amachucado, transportado com carinho no bolso de alguém que teve mais olhos que barriga.
Mas que a tarde foi perfeita, lá isso...
é no circo? No jardim? No cinema? No McDonalds? Nada disso. A tarde perfeita, perfeitinha mesmo, assim como uma equação que noves fora nada, é um lanche no Frutalmeidas, ali à Av. de Roma.Os quatro apertadinhos numa daquelas mesas pequeninas e coladas umas às outras ao longo de um corredor fininho de chão de calçada, e à nossa frente um prato cheio de pastéis de massa tenra quentinhos, ui que isto queima as mãos! ai que me arde a língua! , rapidamente substituídos por outros ainda mais quentes, acompanhados por copos de sumos naturais, acabei o de maçã, agora quero provar o de manga, eu para mim quero de pêra, ai mãe que já bebi o meu todo, posso pedir de morango? E, depois de as barrigas terem crescido ao ponto de aquele corredor nos parecer ainda mais estreitinho, a mesa ainda mais pequenina e as cadeiras, dignas do refeitório de uma creche; depois de acharmos que nunca mais na vida vamos poder ver pastéis de massa tenra e fruta líquida à frente, fazemo-nos a uma fatiazona de tarte de maçã estrategicamente colocada no meio da mesa, despedaçada a preceito por quatros garfos gulosos que batem com os dentes uns nos outros só pelo gozo do clink clank. Chegamos a casa de barriga cheia e lá pela hora do jantar, eles sem poderem tomar banho e eu, enjoada que nem um peru bêbado e mortificada pela culpa, incapaz de entrar na cozinha, obrigando assim o pobre pater familias (que no interim regressa ao lar, esfomeado que nem um urso pós-hibernado) a um jantarinho frugal de leite com chocapics, pãozinho com manteiga e fruta. Com alguma sorte, terá ainda direito a um pastel de massa tenra, frio e amachucado, transportado com carinho no bolso de alguém que teve mais olhos que barriga.
Mas que a tarde foi perfeita, lá isso...