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por Vieira do Mar, em 08.04.07
WISHFULL THINKINGO Joãozinho mudou de escola a meio de este ano. Perante o nítido avanço em relação aos restantes colegas (entrou para o primeiro ciclo já a saber ler e escrever, o que fez sozinho) e a casmurrice do colégio em reconhecer-lhe a necessidade de um tratamento diferenciado; perante as dificuldades de adaptação e a desmotivação, optámos por colocá-lo numa escola onde o primeiro ano é, ele próprio, “avançado” e equivale à típica "segunda classe". Sociável e desligado como é, fez logo uma série de novos amigos e rapidamente esqueceu os antigos, excepto dois ou três, os amigos de sempre, os do coração. Passam todos longas horas ao telefone, a pôr a escrita em dia, a fazer comparações e a matar saudades. No outro dia ligou-lhe a grande amiga, I., para o meu telemóvel.
Joãozinho, é para ti! Obrigada, mãe!
Pega no telemóvel, corre para o quarto do irmão (que não estava) e fecha a porta, para garantir a privacidade da conversa. Do meu quarto (juro que não fui de propósito ouvir, juro!), pude perceber algumas coisas que ele dizia:
Olha lá a lata que eu tenho, já viste, I,. estou aqui deitado na cama do meu irmão, a falar, todo relaxado, tipo iá. Bué da fixe. Mas o que é que estavas a dizer?
Apercebo-me de que a I. lhe conta coisas que, entretanto, aconteceram no antigo colégio. E ele, às tantas:
E vocês lembram-se de mim? Falam em mim no recreio? Sim? Quantas vezes? Seis? Cem? Seis ou Cem? Não percebo nada do que dizes. Pronto, cem, ouço-te mal, mas acho que estás a dizer cem...
Moral da história: nunca é cedo demais para se fazer do wishfull thinking um modo de vida.
Joãozinho, é para ti! Obrigada, mãe!
Pega no telemóvel, corre para o quarto do irmão (que não estava) e fecha a porta, para garantir a privacidade da conversa. Do meu quarto (juro que não fui de propósito ouvir, juro!), pude perceber algumas coisas que ele dizia:
Olha lá a lata que eu tenho, já viste, I,. estou aqui deitado na cama do meu irmão, a falar, todo relaxado, tipo iá. Bué da fixe. Mas o que é que estavas a dizer?
Apercebo-me de que a I. lhe conta coisas que, entretanto, aconteceram no antigo colégio. E ele, às tantas:
E vocês lembram-se de mim? Falam em mim no recreio? Sim? Quantas vezes? Seis? Cem? Seis ou Cem? Não percebo nada do que dizes. Pronto, cem, ouço-te mal, mas acho que estás a dizer cem...
Moral da história: nunca é cedo demais para se fazer do wishfull thinking um modo de vida.