vicky cristina brandoa
Para mim a seally season ainda não acabou, felizmente – apesar de já estar a trabalhar que nem um núbio a arrastar pedras para as pirâmides. Mas, apesar disso – ou se calhar por causa disso mesmo – quando não estou a trabalhar tendo a ocupar-me com futilidades. Está muito calor. E no outro dia (praí há um mês - falem-me de memória selectiva para as merdices; quando foi para encornar o regime do contrato-promessa, nem à martelada) li uma entrevista com uma socialite que dá pelo nome de vicky e que pelos vistos é o cúmulo da elegância mas que tem a boca à banda (o que não é nada elegante, para já). Na dita, a vip dizia, entre outras barbaridades que “não gostaria que a namorada do filho fosse mais alta do que ele nem que fosse vulgar”. Para definição de elegância, pelo menos ao nível dos valores e da conversa, parece que estamos conversados. Acontece que a senhora, que respira dondoquisse pacóvia por todos os poros, não só é “especialista em estudos franceses” (LOL) como escreveu um livro sobre qualquer coisa como "a arte de bem vestir" (e portanto agora foi promovida à categoria de “escritora” encartada). E parece que dá uns conselhos de moda numa revista qualquer ou num suplemento de fim de semana, não sei (o que a eleva igualmente à categoria de "cronista"). Diz ela que, este inverno, devemos evitar as túnicas estampadas, as saias curtas, os decotes profundos, os brincos compridos, a mistura de cores, enfim, tudo o que seja basicamente “étnico”. Fiquei mais descansada. Pois é tudo o que vou usar este Inverno. Que bom ser vulgar e só me preocupar com que o namorado da minha filha a faça feliz.