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Controversa Maresia

um blogue de Sofia Vieira

Controversa Maresia

um blogue de Sofia Vieira

ah pois o discurso do rei e coiso

por Vieira do Mar, em 28.02.11
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mata
 
 
um

gentinha raivosa

por Vieira do Mar, em 25.02.11

Apareceu no Facebook (FB) um estranho grupo que quer dar o nome de carlos castro a uma das ruas sem nome de Portugal (não sei exactamente se só de Lisboa, mas  alarguemos-lhes os horizontes, vá). Uma parvoíce pegada, proveniente talvez de um grupo de familiares saudosos (se calhar aqueles anormais que espalharam as cinzas da criatura pelos ares de Manhattan) ou da concertação virtual de uma dúzia de bichas solidárias: é-me indiferente. O certo é que pouco tempo depois surgiu um outro ainda mais estranho, intitulado "diz não a que Carlos Castro tenha direito a nome em qualquer rua de Lisboa ou Portugal". Por muito que esta liberdade de opinar e de dizer sim ou não me seja cara (saravá FB!), acho este desejo, convertido em "página" na mais importante rede social actual, uma profunda anormalidade. É óbvio não ser alheio ao modo como morreu, o facto de Carlos Castro ser uma bicha nojenta que vivia de dizer mal dos outros e de lhes guardar os podres, e de ter uma nítida preferência por rapazes tenrinhos que se deixassem comprar - pelo que não me merece qualquer respeito acrescido só pelo facto de estar morto. Mas é preciso ser-se especialmente parvo para aderir a um grupo que se opõe fervorosamente a que seja nome de rua.  Gastar energia em proibir o que quer que seja  quando tal acto não está directamente nas nossas competências é uma atitude mesquinha. Ruas com nome de ditadores facínoras é coisa que para aí não falta, bem como com o nome de actores e outros artistas enjoativamente bichas ou reconhecidamente pedófilos. Ruas com nome de quem se portou mal, mandou assassinar outros, prendeu e torturou, e com nome de datas controversas, atribuídas por exemplo em função da cor política das edilidades. Ruas de cujo nome ninguém quer saber, portanto. Aliás, basta entrar na página em questão e ler alguns dos comentários lá deixados para se perceber que aquilo é do mais rasinho a que pode chegar a natureza humana. Com quase 30.00 "like" e algumas assinaturas de gente que eu teria como insuspeita. E que me fazem querer aderir de imediato aos outros, aos que querem que a criatura seja nome de rua. Porque é mais simpático. Porque  manifesta uma vontade positiva de qualquer coisa, por estapafúrdia que seja, e não apenas a raivinha nos dentes de um grupelho de gente homofóbica (ou - na melhor das hipóteses - distraída).

o melhor momento da noite

por Vieira do Mar, em 14.02.11

grammys

por Vieira do Mar, em 13.02.11

Será que a Lady Gaga vem de naco de vitela barrosã?

a avalanche mediática dos velhinhos mortos

por Vieira do Mar, em 13.02.11

Nos últimos tempos, e após o caso-escândalo da senhora que esteve nove anos para ser descoberta, só aparecem velhinhos mortos nas suas residências. Não há bloco noticiário que não refira pelo menos uma ou duas situações diárias, a par com as habituais acusações generalizadas à insensibilidade da GNR, ao autismo dos vizinhos ou à maldade pura e dura do Ministério Público que nunca manda "investigar a fundo" os supostos "desaparecimentos", desejoso de que o índice de população rejuvenesça. Com um bocadinho de sorte, as câmaras conseguem captar um vislumbre do cadáver mumificado ou decomposto; se não, filmam o interior desarrumado da triste habitação, focando-se especialmente no lava-loiça sujo ou no colchão onde o idoso foi encontrado no seu sono final. Na pior das hipóteses, conseguem uma breve (mas nunca suficientemente breve) entrevista com uma vizinha contristada que  perdigota violentamente contra o desleixo das autoridades mas que, não obstante morar na porta em frente, nunca deu conta nem do cheiro nem de nada embora tivesse achado "estranho". Neste esquisito país ainda ninguém se perguntou porque desataram aparentemente de um momento para o outro a morrer velhinhos sozinhos em casa que só são descobertos depois.

O aberrante, no entanto, é explicável: o caso da velhinha dos nove anos foi notícia e chocou o país. De um momento para o outro, dois fenómenos ocorreram: por um lado, todos começaram a ficar mais atentos a vizinhos que não viam há demasiado tempo e, eventualmente, terão dado conta  do facto às autoridades, numa espécie de awareness colectivo. Estas, cheias de cagunfa das reprimendas hierárquicas ou pior,  e vai de rebentar portas à sorrelfa e, de quando em vez, Jackpot!, lá encontra um velhinho a caminho da mumificação. O que não é difícil, convenhamos, num país que despreza os seus velhos e que os abandona à sua sorte quando estes deixam de lhes ser úteis.  

Mas ter-se-á dado também um outro fenómeno, que acontece sempre que uma notícia "pega", digamos assim: na falta de melhor, os jornalistas agarraram nos telefones e toca de ligar para as secções dos tribunais a perguntar se foi encontrado algum velhinho morto (o que, em princípio, dá origem a um breve inquérito em sendo desconhecida a causa da morte). E há sempre um funcionário que se desbronca, orgulhoso por poder contribuir para a cultura de massas ou contente por poder contar com mais uns trocos para as bicas. Porque velhinhos que morrem sozinhos e que só são encontrados tempos depois sempre foram em barda, é a lei natural da vida - ajudada (é certo) pela lei deste país, que só permite não sei o quê se passadas vinte e quatro horas e rebentar com portas se com autorização de xis e se está disciplinarmente a cagar para se o GNR com um perímetro abdominal superior à rotunda do Rossio levanta ou não o cu do balcão da tasca para ir averiguar do paradeiro desconhecido de uma octogenária.

Agora, não nos façam passar por parvos: mais meia dúzia de velhinhos mortos e ainda vêm com a teoria de que anda para aí algum vírus alienígena a matar gente com mais de setenta anos que viva fechada nos seus apartamentos. Depois, era uma chatice: chamavam logo aquele padre dos extra-terrestres de Fátima (não me vem agora o nome), a tarada da psicóloga das criancinhas, que tem sempre qualquer coisa a dizer (aquela parecida com a Jane Goodall, sem ofensa para esta), e com um bocado de sorte o Moita Flores ainda fazia uma perninha. Por favor, chega.

a título absolutamente não excepcional

por Vieira do Mar, em 11.02.11

a Batukada voltou a escrever, viva!

tantos anos e há quem não tenha aprendido nada

por Vieira do Mar, em 11.02.11

Amiguinhos leitores:

 

Comentários que se pretendem ofensivos só serão publicados se tiverem piada, ou seja, se me fizerem rir/sorrir. Ser mauzinho só por ser mauzinho, ainda por cima sem qualquer criatividade ou originalidade, é move to trash depois de treslido. Não percam tempo,  rapaziada, que eu sou casca grossa e ando nisto há muito tempo. Sois uns aprendizes, move along.

não tenho a menor paciência para o bolaño

por Vieira do Mar, em 10.02.11

       "Entre os muitos milhares de coisas que as mães nunca entendiam - a virilidade implícita nas manchas de relva, a satisfação de um bom arroto ou outra erupção gasosa, a necessidade periódica de soprar pelas palhinhas em vez de chupar - a roupa de Inverno sempre foi talvez a mais tragicamente óbvia. (...)

(...) havia muita roupa interior na América da década de 1950 - para que não fosse possível perecermos  durante os dez minutos diários que passávamos no exterior.

        Aquilo que não tinham em consideração é que ficávamos num estado tão mumificado com o vestuário adicional que não dispúnhamos de qualquer flexibilidade nos membros, e que se caíssemos não seríamos capazes de nos voltar a levantar (...). As várias camadas de roupa interior também faziam das visitas à casa de banho um desafio complicado. É verdade que os fabricantes incluíam uma abertura em ângulo em cada artigo, mas esta quase nunca batia certo. Seja como for, se o nosso pénis tem apenas o tamanho de uma maçaroca acabada de nascer, é pedir muito conseguir fazê-lo passar por sete ou oito camadas de roupa interior e manter um domínio competente. Em todas as idas à casa de banho, ouvíamos pelo menos um grito angustiado de alguém que perdera o contacto a meio do fluxo e procurava freneticamente o apêndice perdido." 

 

        in "A Vida e as Aventuras do Rapaz Relâmpago", de Bill Bryson, págs. 162 e 163, Quetzal.

o rei elegante nas suas vestes transparentes

por Vieira do Mar, em 10.02.11

Detesto os Deolinda. Não consigo suportá-los, por poucos minutos que seja. E por favor não me mandem ouvir esta ou aquela canção, não me peçam para atentar na letra xis, na espantosa ironia social e política da coisa, no humor fino, na graça das criaturas, no suposto dom da vocalista (que é fraquita naqueles seus arremedos de fadista, apesar de afinadinha). E sim, gostos discutem-se. E eu, entre outras coisas de que não gosto neles, não gosto do facto de não serem carne nem peixe. O que é aquilo? Dissidentes de um grupo circense que querem ser levados a sério? Estão na palhaçada e afinal é para rir? Uma caricatura da música popular portuguesa? Da canção de revista? Transviados do rancho folclórico da Panasqueira? Uma paródia aos Madredeus? É fado-pop? Pop-fado? As hipóteses são imensas, mas esbarro apenas numa certeza: a falta de qualidade das melodias, a parvoeira das rimas e a figura tonta da cantora com aquela vozinha de primeiro prémio karaoke tuga. Não é que para gostarmos ou não das coisas tenhamos que as encaixar numa ou noutra categoria. O primeiro é um processo emotivo; o segundo, racional. Mas há alturas em que falham ambos e esta é uma delas. Se calhar, os Deolinda encaixam pura e simplesmente no conjunto dos maus grupos portugueses (expressão que é quase tautológica para mim, esta de "maus grupos portugueses", mas enfim).

Para mais, irrita-me toda a espécie de sobrevalorização que advém do fenómeno da carneirada, da massa acrítica que vai engrossando fileiras só porque sim, porque os outros também gostam, num crescimento exponencial do mau gosto, ou de gosto nenhum. No caso deste grupelho, então, o fenómeno é facilmente identificável: caiu nos goto das elites intelectuais, pelo que não há blogger wannabe que não poste o seu iutubezinho como que a dizer "Olhem para mim, que eu também faço parte!, Sou como vocês, culto mas eclético, tanto chego a Mozart como ao popularucho-não-pimba". Parecem o burro do Shrek a saltar para ficar na fotografia. Já o fenómeno em si é a história do rei vai nu: os Deolinda preenchem um nicho de mercado que nem eles mesmos sabem exactamente qual é mas que permite aos intelectuais e aos pseudo-intelectuais cá da praça "gostarem" de música popular portuguesa sem que isso lhes provoque comichões porque supostamente esta tem um "conteúdo social", por vezes até "político" - além de que os vídeos são sempre passados em sítios giros de Lisboa, com vielas, quiosques, calçada portuguesa e assim. Ninguém parece reparar no facto de as canções serem más, fraquitas, repetitivas, tolinhas, tontinhas, palhacinhas, resumindo: in-su-por-tá-veis. E poupem-me ao contraditório.

preto & branco

por Vieira do Mar, em 10.02.11

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