a primeira entrevista de Chico Buarque
sobre "Leite Derramado", aqui. A não perder (embora fosse dispensável ter ficado a saber que não leu "Memórias Póstumas de Brás Cubas" : parece que afinal nem mesmo ele é perfeito).
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sobre "Leite Derramado", aqui. A não perder (embora fosse dispensável ter ficado a saber que não leu "Memórias Póstumas de Brás Cubas" : parece que afinal nem mesmo ele é perfeito).
deste blogue. Já aqui o tinha dito mas, por distracção, apenas constava da lista de links do Atrevido. É dos poucos cuja escrita me desconcerta e incomoda, por isso tomo-o com moderação, indo lá poucas vezes. Revejo-me demasiado naqueles interlúdios conjugais, na indiferença silenciosa que atravessa as intimidades estabelecidas, no mecanicismo convivial das relações familiares. Quando o leio, espreito-me.
... no fim de um parágrafo, ele escreve assim, “(…) Porque tudo é mesmo uma merda, mas depois melhora um pouco, quando de noite a namorada vem.”
Quando de noite a namorada vem. E eu passei o dia a lembrar esta frase, a associá-la a coisas que vivi e escrevi, noites minhas em que as namoradas vieram e vêm, a minha escrita baça, pedante e sem graça, por comparação a esta luminosidade que cabe numa frase tão simples, depois melhora um pouco, quando de noite a namorada vem. É isso.
Eu já devia saber: ir ver o Bruno com a minha filha de 16 anos, por muito que sejamos uma família liberal e aberta a novas experiências, só podia conduzir a momentos estranhos e até um bocadinho penosos, tadinha. A perversão partilhada entre mãe e filha não é de facto uma boa ideia; neste caso, os momentos de bonding só resultam quando bonding significa “estreitar laços” e não “fetiche homossexual explícito”. Posto isto, e com ela seguramente mais envergonhada do que eu, que ri a bandeiras despregadas o tempo todo, só me resta dizer que algures umas filas mais abaixo se encontrava um desconhecido que supus ser a minha alma gémea: nas cenas mais constrangedoras, naquelas insuportáveis que só mesmo o Sasha Baron Cohen consegue criar, por entre uns sorrisos envergonhados aqui e ali, e uma e outra expressão abafada de nojo e repulsa, ele, o desconhecido, fazia comigo um coro de gargalhadas que pairava de modo reconfortante sobre o constrangimento colectivo da sala.