A Catarina é a Catarina. Figadal e de coração na boca, desmesurada quando tem de o ser, com uma escrita desregrada e visceral, inconfundível, única, como ela mesma. Temos muitas coisas em comum e esse efeito-espellho até poderia ter feito com que não nos gramássemos, mas ainda bem que aconteceu o contrário. A blogoesfera deu-me muitas coisas boas e ela foi uma delas, sem dúvida. Apesar de escrever muito bem, ajudada por um sentido crítico como conheço poucos, gosto mais da Catarina do que daquilo que ela escreve. Os melhores momentos com ela não são nos blogues nem por causa deles, são nos almoços, nas conversas a esplanar, ao telefone às três da manhã, nas alegrias e nas merdas. Às tantas, os blogues só são importantes porque nos dão as pessoas que têm dentro, e eu tenho que agradecer à blogoesfera, em especial ao 100 nada, que fez seis anos e que é um dos blogues portugueses mais antigos, por me ter trazido a Catarina.
volta à carga (desta vez, felizmente, sem a grosseria do tutoyer), acusando-me de ter prestado um lip service a Sócrates, meu chefe, com o post de baixo. Se não tivesse tido um dia de merda, ter-lhe-ia muito a dizer; no entanto, como me sinto cansadita e me estou basicamente na tintas para o Filipe (embora nem tanto para as centenas de leitores que aqui chegaram hoje à sua conta), lá vai, muito depressinha.
1º A última vez que vi, Sócrates não era meu chefe, nem directa nem indirectamente, portanto, quanto muito, o alegado lip service só poderia resultar de uma paixão minha não correspondida pelo nosso grande líder.
2º Também da última vez que conferi, um lip service implicava a difusão de factos fantasiosos para agradar ao chefe, sendo que não vejo onde possa estar aqui a fantasia. Na verdade, poderia lincar (poupem-me, vá) várias notícias que seguem o seguinte raciocínio silogístico: Sócrates é mau para a educação - Sócrates manda na Ministra, logo, a Ministra é má para para a educação - os professores estão descontentes com a educação - os professores estão stressados por causa do descontentamento com a educação - os professores perdem a cabeça nas aulas porque estão stressados - Sócrates é o culpado pelos professores perderem a cabeça nas aulas. Simples.
3º Por último, não percebo como posso ser acusada de lamber as botas ao chefe Sócrates (embora não tenha nada contra lamber as botas em geral, reparem); Filipe, seguramente desatento - apesar de denotar uma certa persistência na minha virtual pessoa -, não terá reparado que escrevi isto ou isto , só a título de exemplo. Achar que trabalho para Sócrates e que lhe lambo as botas é, não só um erro crasso de interpretação deste blogue, como uma vergonha para qualquer groupie meu que se preze, Filipe, shame on you.