com tanto livro pra ler e amor pra fazer
Fui mais uma vez apanhada à sorrelfa pel´Os Contemporâneos, quando estava na sala distraída com outra coisa qualquer. Confesso que fiquei pasmada em frente à televisão, primeiro a achar que, com tanta gente a iutubar aquilo, a postar aquilo e a falar daquilo, aquilo deve ser mesmo bom e eu não devo ter o sentido de humor que achava que tinha. Resolvi abrir a mente; melhor: fiz uma autêntica espargata mental. Debalde. Algumas boas ideias desbaratadas num texto pobre, paupérrimo, ordinário até (as cenas da badalhoquice de salazar mereciam no mínimo uma bolinha avisadora), e um estranho conceito de non sense que consiste em olharem todos muito uns para os outros em longos momentos de silêncio embaraçoso (só me lembrava do Herman com o seu humor inglês do sul). A parte das entrevistas é muito cretina, com a suposta piada a ser feita à custa da falta de eloquência do homem comum, que não percebe que está a ser gozado e usado como pobre substituto do humor a sério que o entrevistador e o seu grupelho não são capazes de fazer. Houve duas ou três cenas com as inevitáveis matrafonas travestidas e ainda aquele rapaz – com um jeito inegável, convenhamos - a desbaratar-se no triste papel de deficiente do contra. Cheguei ao fim da tortura humorística sem esboçar um único sorriso e até um bocadinho mais mal disposta do que antes. Não é tanto por ser mau – é mais por ser incompreensível e embaraçoso. Ah!, nota mental: a próxima vez que fizer aquele quizz do Facebook, o “top five people I want to punch in the face”, não esquecer de substituir o Mahmoud Ahmadinejad ou o Fernando Mendes pelo Bruno Nogueira.