as conas de braga

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... ainda não vi mais nenhum dos oscarizados, mas posso desde já afirmar com toda a certeza e do alto da minha ignorância que o Estranho Caso de Benjamin Button foi o melhor filme do ano.
Vermes de inquietação. Nódulos não identificados na pele dos dias, germinando. Um minuto, uma hora a mais e nada volta a ser como dantes. Nunca é. O instante perfeito, o momento em que tudo faz sentido e se encaixa. Ou não tudo, talvez só um bocadinho desse tudo, o entrosamento cósmico de meia dúzia de pedaços desgarrados de gente, gente carregada de bagagem que traz outros às costas e que por isso não está inteira. Um evocar nada manso de eternidades nos pequenos gestos. A deriva que deixa de o ser, mas não o encalhar: antes o aportar, o chegar a casa. Apesar de amputados, a sentirmos ainda a perna, o formigueiro por ela acima, a vontade de pôr o pé no chão e desencabrestar a correr. Abrir a vida e ver o que está lá dentro. É isso: abrir a vida.