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Controversa Maresia

um blogue de Sofia Vieira

Controversa Maresia

um blogue de Sofia Vieira

parvoíces

por Vieira do Mar, em 19.10.08

Reparo que os elogios que leio pela blogoesfera aos “Contemporâneos”, salvo raras excepções, são uma forma velada e indirecta de subestimar o restante humor que se faz hoje em Portugal, e em especial, tá claro, o humor dos "Gato Fedorento" É ridículo, para além de intelectualmente desonesto, apesar de esta ser afinal uma atitude bem portuguesa, um tudo nada cobardolas. Os “Contemporâneos”  só de vez em quando têm alguma piada, e sobrevivem em grande parte graças ao talento daquele rapaz, o Nuno qualquer coisa, acho que é Lopes (no entanto, aquele personagem que parece ter paralisia cerebral e que manda trabalhar toda a gente é de uma boçalidade que me dá vómitos, mas admito que o problema seja meu). E que nunca, mas nunca, se aproximaram dos calcanhares do génio de Ricardo Araújo Pereira, mesmo nos seus piores momentos. As boas ideias não são tudo nem põem só por si as pessoas a rir - pelo menos a mim não põem, e eu tenho o riso fácil. Quem fala da irreverência corajosa do “casamento cigano” não se lembra com certeza dos “100 metros ciganos”, quando, se não me engano, os "Gato..." ainda paravam pela Sic Radical. Ter o desplante, então, de considerar os “Contemporâneos”, discípulos, superiores a Herman José, o Mestre, só pode ser uma provocação, e das parvas.

com a devida vénia, o senhor é um boi

por Vieira do Mar, em 19.10.08

Fui alertada por uma amiga para as polémicas que devastaram os blogues 5 Dias e Corta-Fitas, nos últimos dias. Como estou com tempo a mais entre mãos e uma crise de preguiça que nem vos conto, resolvi tentar perceber o que se passou. As razões, afinal,  são as mesmas que sempre levam à cisão nos blogues colectivos: uns, não querem que os outros escrevam certas coisas, mesmo que todos assinem e se responsabilizem por aquilo que escrevem; ou seja, uns, não querem ficar manchados pelas opiniões dos outros com as quais não concordam. O que me parece  um nadinha absurdo e contrário à própria filosofia de blogue colectivo (embora cada um deva poder definir a filosofia que muito bem entende, já se vê). Em tempos escrevi num blogue colectivo só de mulheres, o Sociedade Anónima, de muito boa memória, e posso garantir-vos que aquilo era um grande forrobodó, pois não podia haver um conjunto de mulheres mais diferentes entre si. Por vezes detestava o que algumas das minhas colegas escreviam; achava medíocre, piroso, entediante, irrelevante… para não dizer que não concordava pura e simplesmente com as suas opiniões ou modos de estar na vida. Escusado será dizer que elas terão pensado o mesmo e outras coisas mais daquilo que eu escrevia. Esta divergência de gostos, de estilos e de opiniões, que de vez em quando degenerava numas inócuas  lutas na lama, era igualmente visível na heterogeneidade dos comentadores, essencialmente compostos por homens a bater uma em frente ao computador, mas não só: havia de tudo e para todos os gostos. Bom, isto para dizer que, a mim, nunca me passou pela cabeça deixar de escrever na SOCA por causa de certas parvoíces que lá lia, nem, muito menos, me ocorreu pedir à nossa Chefa que corresse com alguma das recrutas (nem ela aceitaria, claro, isto é só para efeitos de um supônhamos). Porque acho que um blogue colectivo é giro assim: com muita diferença à mistura e até um bocadinho de porrada interna de vez em quando, desde que não descambe - o que inevitavelmente acontece, daí acabarem todos, mais cedo ou mais tarde. Por isso, é fartar vilanagem enquanto a coisa dura e não descamba. É claro que é preciso haver uma Chefa como a que nós tínhamos que, com paciência e diplomacia, conseguiu durante dois anos que não nos esgatanhássemos todas em alegres cat fights. Quem não gostou foi saindo, acompanhada de um ou dois posts curtos e grossos com breves explicações e agradecimentos, ponto. E foi assim que a Soca se tornou no melhor blogue colectivo que a blogoesfera portuguesa algum dia conheceu, tendo deixado muitas saudades. No caso do blogue Corta-Fitas, pelos vistos com uma filosofia diferente,  o que aconteceu foi apenas uma tentativa concertada de censura a um dos membros.  Se foi justa ou legítima,  não sei nem me interessa, aliás, aquela merda, tal como esta merda, é apenas um blogue. E não cessa de me espantar, como sempre, a quantidade de horas gastas e o dispêndio de energia, por parte destes homens de barba rija, homens feitos, imagino que muitos com filhos, se calhar já avôs, em picardias tontas, em discussões fúteis sobre liberdades e democracias, em discursos emotivos sobre quem sai e quem fica… no blogue. Na merda do blogue. HORAS naquilo, meu deus… DIAS. E depois o tédio, para quem está de fora e os lê. Porque, como fazem gala de mostrar que são filhos família, muito educados, não há peixeirada deveras, mas apenas um venenozito suave destilado nas entrelinhas, e primeiro que se mudem de malas e bagagens para um blogue qualquer ao lado, fáxavor! Fosse a dissenção entre mulheres ( e SÓ entre mulheres!, quero eu dizer), e meia dúzia de mails à porta fechada bastariam para pôr um ponto final no assunto rapidamente, pois haveria jantares ou broches para fazer, camas para compor ou para desmanchar e banhos para dar… ou para receber. E quem viesse atrás que fechasse a porta, à chave e com duas voltas, por causa das correntes de ar e das romenas das radiografias (e ainda dizem que não há diferenças entre os sexos… yeah right).

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