telejornal
por Vieira do Mar, em 15.10.08
Uma pessoa vê o telejornal e assiste a coisas extraordinárias:
a) O Orçamento do Estado chegou várias horas atrasado ao Parlamento, o que é sem dúvida extraordinário se atentarmos que aquela gente está lá só mesmo para aquilo e tarefas afins. E depois vem aquele ministro inenarrável dizer que assume a “responsabilidade política” da cena. E isso quer dizer exactamente o quê? Qual a penalidade que vai sofrer? Uma falta de atraso e um aviso na caderneta?
b) Sócrates também chegou atrasado a uma cimeira europeia (fazer aqui copy paste do escrito em a) até ao ponto de interrogação). Instado pelos jornalistas, limitou-se a (mal-educadamente como é seu apanágio) dizer que tinha vindo num voo comercial. Ficámos assim a saber que a culpa do atraso foi do Falcon. Aquele que o primeiro-ministro, coitadinho, não tem ou não usa (imagino que por pruridos financeiros súbitos).
c) Já os pescadores da Ria de Aveiro estão revoltados porque não nos podem vender bivalves com toxinas. Para provar que comem os bichos e não morrem, refastelaram-se com eles no meio da rua (e efectivamente não morreram mas também não ficaram mais espertos). Parece que dão dez dias ao governo para que este os deixe intoxicar os clientes, porque se não ui. Mais um bocadinho e temos os pescadores de Aveiro a marcharem sobre a capital, rumo ao Parlamento, a exigirem o direito a envenenar os seus conterrâneos e alguns passantes ocasionais. Escusam é de ir muito cedo pois ainda se arriscam a dar com o nariz na porta, que aquela gente - governo, deputados e isso - não é lá muito madrugadora para trabalhar, como se constata em a) e b).