coitadinhas das criancinhas
por Vieira do Mar, em 20.05.08
Pais, psicólogos e até professores, têm-se revezado na televisão, preocupados com a nervoseira das criancinhas perante as provas de aferição. Parece que a “pressão” é muita. Eu, sempre disposta a diabolizar os poderes instituídos em geral e o Ministério da Educação em particular, acho no entanto bem que se façam estas provas, mesmo que não contem para a nota. Entendo que os miúdos devem ser testados, avaliados, classificados e cotejados a nível nacional, pois só assim se tem verdadeira noção do estado da Educação em Portugal e, em especial, da relevância da dicotomia escola pública/colégio privado. Além disso, é uma forma de responsabilizar desde cedo quem, hoje em dia, nasce e cresce amparado por cima, por baixo, enfim, por todos os lados. A sociedade babosa e permissiva que tudo faz para não os susceptibilizar ou contrariar, produto dos danieis de sá desta vida (ou será o contrário?), vai começar a pagar caro tanta preocupação inusitada, tanto cuidado extremo, em suma, tanta mariquice. Os miúdos estão a começar a sair de casa cada vez mais tarde, preguiçosos, acomodados e pouco preocupados em produzirem qualquer tipo de riqueza, se tal implicar demasiado esforço. Se não começarem a adquirir desde já hábitos mínimos de sacrifício, então, preparemo-nos para toda uma geração de amorfos e afins. Cada vez há mais trintões de barba rija que ainda cravam os pais para tabaco e preservativos e que cumprem horário de recolher. Parece que não tem nada a ver, mas estas coisas andam todas ligadas.