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Controversa Maresia

um blogue de Sofia Vieira

Controversa Maresia

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por Vieira do Mar, em 06.02.08
"O facto de o director nacional da PJ continuar em funções significa tudo o que penso sobre esssa matéria",disse hoje Alberto Costa ao ser questionado sobre as declarações do director-nacional da Judiciária, Alípio Ribeiro.
 
Há aqui uma confusão de princípios  por parte do Ministro da Justiça quando diz que, por concordar com as declarações do director da PJ, este se mantém no cargo. Que disparate. O que poderia ter posto em causa a relação de confiança entre o Ministro e o Director da PJ (e ter levado a uma destituição do cargo), foi o facto de este ter vindo expressar publicamente uma opinião pessoal,  questionando a bondade de uma investigação criminal e colocando em cheque a imagem institucional de  todos os que nela intervieram e intervêm: o Ministério Público, a Judiciária e, subindo a pirâmide, o próprio Ministro da Justiça, que terá acompanhado o processo a par e passo e tido a sua quota-parte de intervenção nas decisões que foram sendo tomadas (porque não sejamos ingénuos). Portanto não interessa se, no mais profundo do seu ser, o MJ concorda ou não com o director da PJ (aliás, se concorda, bem que se podem demitir os dois, já que estão a admitir que erraram). O que interessa é que o principal responsável por uma investigação mediática, ainda em funções, veio a público miná-la pela base e descredibilizá-la, o que trará custos futuros para o prestígio da Justiça portuguesa e mesmo para a imagem de Portugal. Em política, os erros costumam pagar-se com demissões e destituições, não com palmadinhas nas costas. O pior ainda é que, se subirmos um bocadinho mais na pirâmide do poder, temos Sócrates, o tal que deveria pôr ordem na casa e dar uma vassourada nesta gente. Mas é de Sócrates que estamos a falar, não é? Portanto, esqueçam. Não tarda muito  e lá virá  mais uma palmadinha: a do nosso Primeiro nas costas do seu Ministro, que sim, que achou bem e que concorda com o facto de ele ter concordado. E assunto arrumado. 

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por Vieira do Mar, em 06.02.08
Vi, na SIC, a reportagem sobre analfabetismo de que fala Eduardo Pitta  e que só não me impressionou particularmente porque é um problema com o qual lido todos os dias (na minha profissão). Confesso que não gosto muito do tom poético deste tipo de reportagens à base de silêncios e de pausas,  que  costumam ganhar muitos prémios (mas isso é outra questão).  Para a maior parte das pessoas letradas, o anlfabetismo é isso mesmo: um objecto de reportagem,  uma coisa lá longe, um problema dos outros,  de avós nascidos no campo durante a monarquia ou o salazarismo.  Muita gente não imagina que vai nos transportes públicos ao lado de pessoas  que não sabem o sinal de trânsito, o nome da rua, o título na capa da revista, o aviso para sair. E não, não são só velhos: são às centenas, as miúdas de vinte anos que assinam de cruz e foram mães aos dezasseis. É a  pobreza física e espiritual de quem vive do subsídio (de maternidade, de nascimento, do rendimento mínimo), almeja pelo subsídio e pouco mais deseja do que o subsídio. Há qualquer coisa de perverso neste Estado Providência que ampara e de certa forma fomenta aberrações como a maternidade na adolescência e o conforto no desemprego, mas deixa cair a educação, a principal ferramenta que permitiria combater tudo o resto.

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