que Santana Lopes tivesse sido interrompido pela chegada de Mourinho. Qualquer motivo para interromper Santana Lopes e impedi-lo de dizer/fazer (riscar o que não interessa) disparates, parece-me bem: um relance da esposa do Mourinho (família adorável aquela, hein?), um buraco na estrada de Currais de Baixo, o encerramento de um Centro de Saúde, as declarações públicas do representante da PJ, a recusa da reforma antecipada a uma professora aleijadinha, a inauguração de um fontanário, a entrega de computadores nas escolas e até mesmo uma entrevista ao Paulo Bento… Tudo - mas tudo! - me parece melhor, preferível, mais interessante e menos tempo perdido, do que gramar com Santana Lopes.
que Santana Lopes tivesse sido interrompido pela chegada de Mourinho. Qualquer motivo para interromper Santana Lopes e impedi-lo de dizer/fazer (riscar o que não interessa) disparates, parece-me bem: um relance da esposa do Mourinho (família adorável aquela, hein?), um buraco na estrada de Currais de Baixo, o encerramento de um Centro de Saúde, as declarações públicas do representante da PJ, a recusa da reforma antecipada a uma professora aleijadinha, a inauguração de um fontanário, a entrega de computadores nas escolas e até mesmo uma entrevista ao Paulo Bento… Tudo - mas tudo! - me parece melhor, preferível, mais interessante e menos tempo perdido, do que gramar com Santana Lopes.
costumo ser cautelosa. Talvez porque o Direito e a Justiça sejam tudo menos lineares, bastando, por vezes, uma premissa errada ou um pormenor fora do lugar para se pôr em causa toda a lógica de uma decisão. Por isso, evito ser taxativa quanto aos processos judiciais ditos "mediáticos": porque não estou na posse de todos os dados e porque a leviandade é meio caminho andado para que cometamos injustiças (e para que façamos figura de tontos). Quando a populaça ignota se levanta, raivosa, contra certa decisão aparentemente absurda, gosto de ser a que vem com o mas e o se calhar. Hoje, no entanto (e acho que pela primeira vez) fui assolada pela supra raiva cega: hoje, estou-me cagando para os fundamentos jurídicos e para as razões de facto e de direito que terão motivado a decisão: entregar Esmeralda àquele pai biológico não é apenas injusto; é malvado e cruel. A questão já não é apenas jurídica, é moral, e coloca em debate um aspecto que nunca foi seriamente debatido nos meandros próprios porque é mais ou menos tabu e toda a gente finge não existir: a da dimensão moral e humana das pessoas que têm nas mãos o poder de decidir sobre a vida dos outros e a necessidade urgente de a formação profissional dessas pessoas não dever atender apenas à fuçanguice tecnicista do costume. Porque a bondade educa-se, o bom-senso adquire-se e a sensibilidade apura-se: basta haver quem ensine e quem esteja disposto a aprender - nem que a tanto seja obrigado. Por princípio, a cultivação dos seres humanos eleva-os sempre qualquer coisinha (mesmo aos mais rasteiros) e diminui significativamente as hipóteses de estes fazerem mal aos outros.
costumo ser cautelosa. Talvez porque o Direito e a Justiça sejam tudo menos lineares, bastando, por vezes, uma premissa errada ou um pormenor fora do lugar para se pôr em causa toda a lógica de uma decisão. Por isso, evito ser taxativa quanto aos processos judiciais ditos "mediáticos": porque não estou na posse de todos os dados e porque a leviandade é meio caminho andado para que cometamos injustiças (e para que façamos figura de tontos). Quando a populaça ignota se levanta, raivosa, contra certa decisão aparentemente absurda, gosto de ser a que vem com o mas e o se calhar. Hoje, no entanto (e acho que pela primeira vez) fui assolada pela supra raiva cega: hoje, estou-me cagando para os fundamentos jurídicos e para as razões de facto e de direito que terão motivado a decisão: entregar Esmeralda àquele pai biológico não é apenas injusto; é malvado e cruel. A questão já não é apenas jurídica, é moral, e coloca em debate um aspecto que nunca foi seriamente debatido nos meandros próprios porque é mais ou menos tabu e toda a gente finge não existir: a da dimensão moral e humana das pessoas que têm nas mãos o poder de decidir sobre a vida dos outros e a necessidade urgente de a formação profissional dessas pessoas não dever atender apenas à fuçanguice tecnicista do costume. Porque a bondade educa-se, o bom-senso adquire-se e a sensibilidade apura-se: basta haver quem ensine e quem esteja disposto a aprender - nem que a tanto seja obrigado. Por princípio, a cultivação dos seres humanos eleva-os sempre qualquer coisinha (mesmo aos mais rasteiros) e diminui significativamente as hipóteses de estes fazerem mal aos outros.
Um serial killer desprovido de sentimentos mas empenhado numa causa maior e que ainda por cima se diverte (à maneira do de Süskind). Um vício desde o primeiro episódio. E depois, Michael C. Hall está tão giro que quase nos faz esquecer o facto de ter sido estupidamente gay em Sete Palmos de Terra. E a banda sonora é um luxo.
Um serial killer desprovido de sentimentos mas empenhado numa causa maior e que ainda por cima se diverte (à maneira do de Süskind). Um vício desde o primeiro episódio. E depois, Michael C. Hall está tão giro que quase nos faz esquecer o facto de ter sido estupidamente gay em Sete Palmos de Terra. E a banda sonora é um luxo.