A abstenção? Não me admira. Não esquecer que Lisboa é uma cidade que foi governada por um desastroso Pedro Santana Lopes e, depois, por um Carmona Rodrigues que a tornou ingovernável e obrigou o líder do seu partido a dar um tiro no próprio pé, retirando-lhe a confiança política e precipitando eleições que, à partida, sabia que nunca poderia vencer. Já há alguns anos que nada de substancial muda na vida comunitária dos lisboetas, que continuam a perder anos de vida no trânsito, a fugir com os filhos para os campos limítrofes, a contornar os cocós dos cães e os focinhos dos carros que investem pelos passeios dentro e a evitar os jardins decrépitos. Convivem diariamente com a corrupção, com as estruturas emperradas, a falta de cafés e de esplanadas; e continuam a enfiar-se nos centros comerciais e em casa depois do trabalho, porque a cidade não os acolhe, não incita ao convívio, à revelação. Não sabem, ao certo, o que tem corrido mal na gestão da Câmara; sabem, apenas, que tem corrido mal, porque eles continuam a sofrer as mesmas dificuldades de sempre e parece que não há dinheiro para mudar o estado das coisas. Nem sequer é uma questão de descrédito: enquanto não começarem a sentir, na pele, os resultados práticos de uma gestão positiva, os lisboetas vão continuar de casa para o trabalho e do trabalho para casa, de costas voltadas para a sua cidade e para os seus governantes.
A abstenção? Não me admira. Não esquecer que Lisboa é uma cidade que foi governada por um desastroso Pedro Santana Lopes e, depois, por um Carmona Rodrigues que a tornou ingovernável e obrigou o líder do seu partido a dar um tiro no próprio pé, retirando-lhe a confiança política e precipitando eleições que, à partida, sabia que nunca poderia vencer. Já há alguns anos que nada de substancial muda na vida comunitária dos lisboetas, que continuam a perder anos de vida no trânsito, a fugir com os filhos para os campos limítrofes, a contornar os cocós dos cães e os focinhos dos carros que investem pelos passeios dentro e a evitar os jardins decrépitos. Convivem diariamente com a corrupção, com as estruturas emperradas, a falta de cafés e de esplanadas; e continuam a enfiar-se nos centros comerciais e em casa depois do trabalho, porque a cidade não os acolhe, não incita ao convívio, à revelação. Não sabem, ao certo, o que tem corrido mal na gestão da Câmara; sabem, apenas, que tem corrido mal, porque eles continuam a sofrer as mesmas dificuldades de sempre e parece que não há dinheiro para mudar o estado das coisas. Nem sequer é uma questão de descrédito: enquanto não começarem a sentir, na pele, os resultados práticos de uma gestão positiva, os lisboetas vão continuar de casa para o trabalho e do trabalho para casa, de costas voltadas para a sua cidade e para os seus governantes.
É impressão minha, ou Miguel Sousa Tavares está de meter medo, assustador, mesmo? É que já não é apenas arrogante e agressivo (a sua imagem de marca): com o avançar da idade ou lá o que é, MST está pura e simplesmente a ficar sinistro. Brrr.
É impressão minha, ou Miguel Sousa Tavares está de meter medo, assustador, mesmo? É que já não é apenas arrogante e agressivo (a sua imagem de marca): com o avançar da idade ou lá o que é, MST está pura e simplesmente a ficar sinistro. Brrr.
Marques Mendes só podia assumir esta derrota como pessoal: a não ser dele, de quem mais seria? Negrão foi atrevido e ousado na sua campanha, criou empatia nas pessoas; nem todos conseguiram ver nele o típico político interesseiro e aldrabão: Negrão disfarça bem, é populista e popular; os votos que teve a si se deveram e de pouco lhe valeu ter tido a máquina partidária do PSD às costas. Quanto à convocação de um Conselho Nacional, parece-me manifestamente pouco: Marques Mendes deveria ter a ombridade de se ter demitido aqui e já. Nesse aspecto, admiro Portas, e admirei Telmo Correia. Quando se aposta tudo e se perde, a única coisa a fazer é sair. Marques Mendes é mais um agarradinho ao poder, apesar de afirmar o contrário, sem qualquer pudor e à boca cheia. Andou mal.
Marques Mendes só podia assumir esta derrota como pessoal: a não ser dele, de quem mais seria? Negrão foi atrevido e ousado na sua campanha, criou empatia nas pessoas; nem todos conseguiram ver nele o típico político interesseiro e aldrabão: Negrão disfarça bem, é populista e popular; os votos que teve a si se deveram e de pouco lhe valeu ter tido a máquina partidária do PSD às costas. Quanto à convocação de um Conselho Nacional, parece-me manifestamente pouco: Marques Mendes deveria ter a ombridade de se ter demitido aqui e já. Nesse aspecto, admiro Portas, e admirei Telmo Correia. Quando se aposta tudo e se perde, a única coisa a fazer é sair. Marques Mendes é mais um agarradinho ao poder, apesar de afirmar o contrário, sem qualquer pudor e à boca cheia. Andou mal.
Como bem disse Saldanha Sanches, os três vereadores de Carmona são um desastre para Lisboa. Porque, é óbvio que o papel deste – enquanto presidente derrotado, saído em desgraça, apupado – vai ser o de dificultar o mandato de Costa, como uma mulher despeitada, trocada por uma amante mais nova, faz a vida negra ao marido, pondo-lhe cardos na sopa. Mais difícil é perceber porque é que os lisboetas votaram nele. Pela propalada “honestidade” ? Pela “coragem” de quem se afirmou “vítima das circunstâncias”, “injustiçado”? Porque não foi, seguramente, pela “obra” que deixou – ou melhor, que NÃO deixou - em Lisboa. Terei que pensar melhor no assunto.
Como bem disse Saldanha Sanches, os três vereadores de Carmona são um desastre para Lisboa. Porque, é óbvio que o papel deste – enquanto presidente derrotado, saído em desgraça, apupado – vai ser o de dificultar o mandato de Costa, como uma mulher despeitada, trocada por uma amante mais nova, faz a vida negra ao marido, pondo-lhe cardos na sopa. Mais difícil é perceber porque é que os lisboetas votaram nele. Pela propalada “honestidade” ? Pela “coragem” de quem se afirmou “vítima das circunstâncias”, “injustiçado”? Porque não foi, seguramente, pela “obra” que deixou – ou melhor, que NÃO deixou - em Lisboa. Terei que pensar melhor no assunto.
Talvez fosse altura de Paulo Portas pensar nas razões pelas quais as pessoas não votam PP. Telmo Correia até era um candidato decente, mas nunca me passaria pela cabeça dar-lhe o meu voto. Acho que muita gente de direita, quando chega a altura de botar a cruzinha, revê mentalmente algumas posições medievais assumidas pelo partido, como a posição sobre o aborto, as células estaminais, as "salas de chuto" para aquietar os perigosos dos "drogados" e por aí fora e, pura e simplesmente, não conseguem engolir a tese do discurso “moderno”, passando para o candidato imediatamente ao lado, em princípio o mais ao centro, o um cadito-nada mais liberal, mais arejado. Paulo Portas precisa de entender que a frontalidade e o defender aquilo em que acreditamos é muito bonito, mas tem os seus custos, designadamente, políticos. E que Portugal ainda não tem um excesso de emigrantes tal que justifique o ódio do povo e o consequente baldear para a direita do sentido geral de voto.
Talvez fosse altura de Paulo Portas pensar nas razões pelas quais as pessoas não votam PP. Telmo Correia até era um candidato decente, mas nunca me passaria pela cabeça dar-lhe o meu voto. Acho que muita gente de direita, quando chega a altura de botar a cruzinha, revê mentalmente algumas posições medievais assumidas pelo partido, como a posição sobre o aborto, as células estaminais, as "salas de chuto" para aquietar os perigosos dos "drogados" e por aí fora e, pura e simplesmente, não conseguem engolir a tese do discurso “moderno”, passando para o candidato imediatamente ao lado, em princípio o mais ao centro, o um cadito-nada mais liberal, mais arejado. Paulo Portas precisa de entender que a frontalidade e o defender aquilo em que acreditamos é muito bonito, mas tem os seus custos, designadamente, políticos. E que Portugal ainda não tem um excesso de emigrantes tal que justifique o ódio do povo e o consequente baldear para a direita do sentido geral de voto.