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Controversa Maresia

um blogue de Sofia Vieira

Controversa Maresia

um blogue de Sofia Vieira

...

por Vieira do Mar, em 12.06.07
Olá, Nodo

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por Vieira do Mar, em 12.06.07
Olá, Nodo

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por Vieira do Mar, em 12.06.07
Amigos *


"Todos os amigos de alguém usufruem do direito ao avanço insensato de uma guarda pretoriana, que são os amigos que têm. A todos os amigos de alguém é devido o gozo mutual da fidelidade canina, para o bem e para o mal, para o certo ou o errado. Virados uns para os outros, na absoluta concentração da linguagem simbólica e simbiótica que os une, os amigos (para o serem deveras) têm que estar em pé de igualdade: a mesma fragilidade desnudada e o orgulho em idêntico plano de remoção. Amigos não existem, nem por baixo, nem por cima (caso em que falamos de outra coisa). Dizer-se que se gosta muito dos amigos, como um miúdo que descobriu a pólvora numa redacção infantil, hesitante por isso nos pontos finais, não passa de redundância desconfiável. Embora o amor pelos amigos possa ser redondo, porque por vezes acaba onde um dia começou, depois de cumprida a circunvalação de todos os segredos. A amizade deposita-se nos outros como na relva: há que andar com cuidado para não a pisar e contornar-lhe os melindres, como se de vidros partidos."


* Escrito na SOCA

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por Vieira do Mar, em 12.06.07
Amigos *


"Todos os amigos de alguém usufruem do direito ao avanço insensato de uma guarda pretoriana, que são os amigos que têm. A todos os amigos de alguém é devido o gozo mutual da fidelidade canina, para o bem e para o mal, para o certo ou o errado. Virados uns para os outros, na absoluta concentração da linguagem simbólica e simbiótica que os une, os amigos (para o serem deveras) têm que estar em pé de igualdade: a mesma fragilidade desnudada e o orgulho em idêntico plano de remoção. Amigos não existem, nem por baixo, nem por cima (caso em que falamos de outra coisa). Dizer-se que se gosta muito dos amigos, como um miúdo que descobriu a pólvora numa redacção infantil, hesitante por isso nos pontos finais, não passa de redundância desconfiável. Embora o amor pelos amigos possa ser redondo, porque por vezes acaba onde um dia começou, depois de cumprida a circunvalação de todos os segredos. A amizade deposita-se nos outros como na relva: há que andar com cuidado para não a pisar e contornar-lhe os melindres, como se de vidros partidos."


* Escrito na SOCA

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por Vieira do Mar, em 12.06.07
boa vizinhança


O que a lei diz, propriamente, não me interessa. Até porque tenho muitas dúvidas, quanto à sua aplicação aqui, sem mais. Mas sei o que me dizem a decência, o bom-senso. E essas, mandam que, se gostamos do que o vizinho do lado escreveu, e quisermos mostrá-lo aos outros, pois que o linquemos devidamente, ou seja, que lhe mostremos um respeito proporcional à nossa suposta admiração. Por isso, por princípio, um post não deve ser transcrito na totalidade noutro blogue, porque não foi para este que foi escrito. Porque razão se há de alimentar um blogue às custas do jeito, da graça, do talento ou, pura e simplesmente, do tempo, do vizinho? Que se transcreva uma frase, um parágrafo, uma parte e que se diga "o resto está aqui (linque), portanto, é aqui que o devem ir ler, o blogue x merece-o". Ofereçamos-lhe visitas. O talento alheio, mesmo que apenas o imaginado por nós, não deve ser tomado de empréstimo sem pré-aviso nem licença. Aquilo que muitos entendem como um acto de generosidade, uma manifestação de admiração (a transcrição total do texto de outrem, mesmo que com o linque respectivo), não passa, muitas vezes, de um esbulho cómodo, preguiçado. É claro que não me refiro a posts curtos, a frases supostamente lapidares ou a haikus, que, a serem truncados, perderiam sentido. Mas, tendencialmente, entendo que a cada blogue os seus posts, e os seus linques para outros posts. Em qualquer dos casos, impõe-se clareza: se o texto não é nosso, pois que não o escrevamos com a letra com que habitualmente escrevemos os nossos, para que não se suscitem confusões; umas aspas ou um itálico, seguidos da indicação visível e explícita (não em minúsculas, como nota de rodapé, como fazem alguns espertalhaços…) do endereço onde foi encontrado. E, de preferência, nada de inventar novos títulos para o post em questão, nem de lhes pendurar palavras, frases novas, outros sentidos (o que se vê muito na prosa poética, por exemplo). Vamos lá a respeitar a integridade intelectual e estética de quem o escreveu. Ou, pura e simplesmente, o seu espaço contentor. Não me parece difícil. Regras? Sim, mas as básicas e de boa vizinhança, apenas.

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por Vieira do Mar, em 12.06.07
boa vizinhança


O que a lei diz, propriamente, não me interessa. Até porque tenho muitas dúvidas, quanto à sua aplicação aqui, sem mais. Mas sei o que me dizem a decência, o bom-senso. E essas, mandam que, se gostamos do que o vizinho do lado escreveu, e quisermos mostrá-lo aos outros, pois que o linquemos devidamente, ou seja, que lhe mostremos um respeito proporcional à nossa suposta admiração. Por isso, por princípio, um post não deve ser transcrito na totalidade noutro blogue, porque não foi para este que foi escrito. Porque razão se há de alimentar um blogue às custas do jeito, da graça, do talento ou, pura e simplesmente, do tempo, do vizinho? Que se transcreva uma frase, um parágrafo, uma parte e que se diga "o resto está aqui (linque), portanto, é aqui que o devem ir ler, o blogue x merece-o". Ofereçamos-lhe visitas. O talento alheio, mesmo que apenas o imaginado por nós, não deve ser tomado de empréstimo sem pré-aviso nem licença. Aquilo que muitos entendem como um acto de generosidade, uma manifestação de admiração (a transcrição total do texto de outrem, mesmo que com o linque respectivo), não passa, muitas vezes, de um esbulho cómodo, preguiçado. É claro que não me refiro a posts curtos, a frases supostamente lapidares ou a haikus, que, a serem truncados, perderiam sentido. Mas, tendencialmente, entendo que a cada blogue os seus posts, e os seus linques para outros posts. Em qualquer dos casos, impõe-se clareza: se o texto não é nosso, pois que não o escrevamos com a letra com que habitualmente escrevemos os nossos, para que não se suscitem confusões; umas aspas ou um itálico, seguidos da indicação visível e explícita (não em minúsculas, como nota de rodapé, como fazem alguns espertalhaços…) do endereço onde foi encontrado. E, de preferência, nada de inventar novos títulos para o post em questão, nem de lhes pendurar palavras, frases novas, outros sentidos (o que se vê muito na prosa poética, por exemplo). Vamos lá a respeitar a integridade intelectual e estética de quem o escreveu. Ou, pura e simplesmente, o seu espaço contentor. Não me parece difícil. Regras? Sim, mas as básicas e de boa vizinhança, apenas.

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por Vieira do Mar, em 06.06.07
Socorro!, tenho uma filha delinquente...


Acabadinhos de fazer, os catorze. Há que começar a aligeirar, a deslaçar um bocado a corda e a dar alguma ordem de soltura à criança, para que não fuja de casa aos dezasseis e apareça grávida aos dezassete. Ora, a miudagem de Lisboa, hoje, "sai à noite" à sexta e invade em hordas a zona de Santos. A partir das dez da noite, a Rua das Janelas Verdes, o Largo de Santos, a Dom Carlos I e arredores, mais parecem o recreio do liceu. São às centenas, entre os onze (?!) e os vinte, e espalham-se ao longo das ruas, desde Alcântara (onde fica o Paradise Garage, uma das catedrais). Os restaurantezecos da zona regozijam-se, com a sorte grande que entretanto lhes caiu no colo: outrora quase às moscas, hoje reservam-se mesas com quinze dias de antecedência. Funcionam à base de um menu fixo; quando os miúdos são obviamente muito menores, trocam a bebida alcoólica pela sobremesa. Mas só alguns foram abençoados com essa inexplicável vantagem que é terem ficado subitamente "na moda", como o Porão de Santos, o Orange ou o Left. Discotecas, são três: o Absoluto (ou ABS), o tal Garage e o Loft. Legalmente, os miúdos não podem entrar mas, com a conivência das autoridades, convencionou-se que à sexta-feira têm livre passe. De vez em quando, uma rusga aqui e acolá baralha-lhes as voltas e, durante algum tempo, pratica-se uma aparência de legalidade, com as discotecas a exigirem escrupulosamente a identificação. Embora os tempos sejam outros e coiso e tal, fico espantada com o facto de as miúdas começarem a sair cada vez mais cedo; a minha filha tem uma colega de dezasseis anos que lhe confidenciou já estar farta da "noite", o que me parece extraordinário. Aliás, grande parte das amigas dela já se iniciou nas lides e parece que existe um certo consenso parental: saem à noite sexta-feira sim, sexta-feira não. Estamos a falar de miúdas de 13 e de 14 anos, atenção! A minha, e meia dúzia de outras com mães igualmente pouco ou nada "fixes", não sai, ponto, como está bem de ver. Dei-lhe, outro dia, a abébia de ficar até à meia-noite nos anos do melhor amigo, num bar (o Incómodo), tendo o resultado da minha surpreendente abertura sido uma dúvida insanável que girava à volta de um alegado e suposto shot, cujo destino final preferi não aprofundar, em nome da minha sanidade mental. A consequência fatal da dúvida (por via das dúvidas), e apesar das juras e súplicas, foram vários dias de castigo onde lhe foi negado o acesso a todos os gadgets electrónicos ao seu alcance (pc, televisão e rádio incluídos) e o azucrinar diário da minha consciência de mãe carrasca até ao desfazer do terrível castigo. Agora, fez anos e, como prometido algures há uns meses atrás, num dia em que eu deveria estar bêbada ou drogada, ou as duas coisas, foi sair. À séria. Foram a um dos restaurantes da moda, primeiro turno, menu infantil, com direito a discoteca até às duas da manhã. Escusado será dizer que fui pôr, buscar, pôr e buscar, e mais pôr e mais buscar, uma data de imberbes criaturas, cujos pais me acharam com cara de autocarro (e ainda bem). Está claro que não descansei antes da três da manhã, e sem qualquer proveito próprio. A providência, no entanto, resolveu dar-me um bónus: ninguém foi a discoteca nenhuma, pois foram miseravelmente "barradas", depois de pedida a identificação (tinha havido rusga uns dias antes e parece que há que alimentar a hipocrisia reinante). É claro que, o que a providência dá com uma mão, tira com a outra: a caminho de casa, e depois de vertida a frustração em cima da solícita progenitora, a criança sai-se com esta, olha, mãe, eu tenho é que arranjar um BI falso, como os dos meus amigos. Com o photoshop é fácil... Azarinho, que pela boca morre o peixe: a próxima, só lá para os vinte e um.

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por Vieira do Mar, em 04.06.07
O Eduardo de Sá é uma borbulha (1)


Este blogue inicia hoje uma série inteiramente dedicada a esse misto de pedagogo e bicho papão que dá pelo nome de Eduardo de Sá.

No "Livro de Reclamações" de hoje, no Jornal da SIC, o psicólogo fala em "mães batoteiras" e lança o anátema da chucha, muito má se usada até tarde, porque "prejudica a fala". Ora, os meus filhos, chucho-dependentes até aos quatro anos e, desde sempre, umas eloquentes matracas, devem ser as três excepções que confirmam esta regra. Passamos, então, ao tema seguinte: muitas crianças substituem a chucha por cobertores, fraldas e bonecos de peluche, estes sendo, por sua vez, "substituições da mãe", que também é "fofinha e redondinha". É nesta altura que começo a ponderar a apresentação de uma queixa-crime. Entretanto, uma das crianças, cinco tímidos aninhos, apenas, ouve a jornalista falar em "peluche" e, qual reflexo pavloviano, associa de imediato a palavra a "comichão" e "borbulhas". Aquela, contra todas as probabilidades, entende que o miúdo gosta de peluches porque estes fazem bem às borbulhas, e o psicólogo corrobora: os peluches lembram tanto a mãe "que até curam a comichão"... Pasmo, com tamanha falta de jeito para o exercício da função: além de assustador, não percebe. É que (corrijam-me se estou errada) a criança, o que terá querido dizer, é que os peluches lhe provocavam borbulhas e comichão, pelo que nem sempre poderia dormir com eles, ou coisa parecida. Mas, que sei eu, o psicólogo é ele. Uma coisa é certa - uns, coçam-se com ursinhos alergénicos; outros, com o Eduardo de Sá fofinho e redondinho, como é o meu caso: fiquei cá com uma urticária, que vou ali tomar um Zyrtec e já volto.

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por Vieira do Mar, em 04.06.07
O Eduardo de Sá é uma borbulha (1)


Este blogue inicia hoje uma série inteiramente dedicada a esse misto de pedagogo e bicho papão que dá pelo nome de Eduardo de Sá.

No "Livro de Reclamações" de hoje, no Jornal da SIC, o psicólogo fala em "mães batoteiras" e lança o anátema da chucha, muito má se usada até tarde, porque "prejudica a fala". Ora, os meus filhos, chucho-dependentes até aos quatro anos e, desde sempre, umas eloquentes matracas, devem ser as três excepções que confirmam esta regra. Passamos, então, ao tema seguinte: muitas crianças substituem a chucha por cobertores, fraldas e bonecos de peluche, estes sendo, por sua vez, "substituições da mãe", que também é "fofinha e redondinha". É nesta altura que começo a ponderar a apresentação de uma queixa-crime. Entretanto, uma das crianças, cinco tímidos aninhos, apenas, ouve a jornalista falar em "peluche" e, qual reflexo pavloviano, associa de imediato a palavra a "comichão" e "borbulhas". Aquela, contra todas as probabilidades, entende que o miúdo gosta de peluches porque estes fazem bem às borbulhas, e o psicólogo corrobora: os peluches lembram tanto a mãe "que até curam a comichão"... Pasmo, com tamanha falta de jeito para o exercício da função: além de assustador, não percebe. É que (corrijam-me se estou errada) a criança, o que terá querido dizer, é que os peluches lhe provocavam borbulhas e comichão, pelo que nem sempre poderia dormir com eles, ou coisa parecida. Mas, que sei eu, o psicólogo é ele. Uma coisa é certa - uns, coçam-se com ursinhos alergénicos; outros, com o Eduardo de Sá fofinho e redondinho, como é o meu caso: fiquei cá com uma urticária, que vou ali tomar um Zyrtec e já volto.

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por Vieira do Mar, em 04.06.07
O outdoor com os cromos do CDS-PP candidatos à Câmara, algures entre o embasbacado e o fantasmagórico-assustador, está de ir às lágrimas.

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