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Na estreia do novo musical do La Féria, meia dúzia de zombies com um R (de "Rivoli"?) na mão, insurgem-se contra Rui Rio (what´s new?) e aquilo a que o seu lúgubre porta-voz, no meio de um arrazoado inextricável, define como a "lógica de gestão" do teatro enquanto "espaço público". Perguntado porque é que está contra o espectáculo, não sabe bem porquê. Aliás (concede, magnânimo), nada tem contra o "teatro comercial", que admite ser "legítimo". Silogisticamente falando, parece que a tal lógica de gestão se opõe ao teatro comercial, ou seja, ao teatro que atrai público pagante. Conclusão, os espaços culturais públicos devem ser usados para manifestações culturais financiadas pelo Estado, para um público que não as terá que pagar, e para produtores que não terão que as custear. Presumo, no entanto, que alguém aos artistas terá que pagar. Mas, enfim, até aqui, tudo mais ou menos bem. Presumo igualmente que o infeliz porta-voz do "R" seja um dos artistas que se sente preterido pela lógica da gestão comercial. Pena é que tenha um ar tão tristemente empedernido que pareça não conseguir divertir ninguém nem em se mascarando de cabeçudo e que esteja, no fundo, a pedinchar indirectamente para que o estado lhe dê emprego (ou, pelo menos, que lhe pague qualquer coisinha). Triste gentinha esta, que ainda não percebeu que cultura é essencialmente diversão e que também dá trabalho a quem a faz.