...
Este blogue inicia hoje uma série inteiramente dedicada a esse misto de pedagogo e bicho papão que dá pelo nome de Eduardo de Sá.
No "Livro de Reclamações" de hoje, no Jornal da SIC, o psicólogo fala em "mães batoteiras" e lança o anátema da chucha, muito má se usada até tarde, porque "prejudica a fala". Ora, os meus filhos, chucho-dependentes até aos quatro anos e, desde sempre, umas eloquentes matracas, devem ser as três excepções que confirmam esta regra. Passamos, então, ao tema seguinte: muitas crianças substituem a chucha por cobertores, fraldas e bonecos de peluche, estes sendo, por sua vez, "substituições da mãe", que também é "fofinha e redondinha". É nesta altura que começo a ponderar a apresentação de uma queixa-crime. Entretanto, uma das crianças, cinco tímidos aninhos, apenas, ouve a jornalista falar em "peluche" e, qual reflexo pavloviano, associa de imediato a palavra a "comichão" e "borbulhas". Aquela, contra todas as probabilidades, entende que o miúdo gosta de peluches porque estes fazem bem às borbulhas, e o psicólogo corrobora: os peluches lembram tanto a mãe "que até curam a comichão"... Pasmo, com tamanha falta de jeito para o exercício da função: além de assustador, não percebe. É que (corrijam-me se estou errada) a criança, o que terá querido dizer, é que os peluches lhe provocavam borbulhas e comichão, pelo que nem sempre poderia dormir com eles, ou coisa parecida. Mas, que sei eu, o psicólogo é ele. Uma coisa é certa - uns, coçam-se com ursinhos alergénicos; outros, com o Eduardo de Sá fofinho e redondinho, como é o meu caso: fiquei cá com uma urticária, que vou ali tomar um Zyrtec e já volto.