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por Vieira do Mar, em 02.05.06
A pretexto do concerto da Ana Carolina (maravilhosa! fantástica! divina!) no pomposamente denominado Auditório dos Oceanos (que mais parece o fundo dos ditos, ou mesmo a crosta terrestre, atenta a negritude circundante), fui ao Casino de Lisboa. O Casino de Lisboa é assim uma espécie de poço muito escuro, muito fundo e claustrofóbico q.b., só que, ao invés de nos encontrarmos lá em baixo com os ossos da Samara do The Ring (quem sabe do que falo, sabe do que falo) a chocalharem, os ossos que chocalham (contra nós e uns contra os outros) são os da inteira população da zona j de Chelas, que resolveu descer ao rio e assim readaptar o passeio dos tristes à modernidade dos tempos. Sempre que quiser perder vinte aéreos, continuarei a preferir arriscar-me às curvas da marginal: definitivamente, eu é mais aquela coisa kitsch e meio foleira do Casino do Estoril, com o seu glamour provinciano do antigamente e verdadeiramente decadente, como um casino deve ser - e, mesmo assim, só para aí uma vez a cada dois anos. Ainda por cima, tem um restaurante chinês fabuloso. E quanto a máquinas, estamos conversados: só slots daquelas de dar à manivela, pois não acredito nem por um bocadinho que a sorte e a felicidade nos cheguem por computador e nos apareçam assim, escarrapachadinhas num ecrã digital. Tá bem tá.