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nem nos importaríamos de usar as mesmas t-shirt branca e jeans coçadas todos os dias. A sério. Porque o que nos interessa mesmo possuir, deter, contabilizar, amontoar, empilhar, guardar e abarbatar com olhar alucinado tipo prrrecious, my prrrecious..., o que nos leva aos limites da concupiscência e nos põe a fazer contas de cabeça a ver quanto valem os filhos no mercado da adopção paralela, são...nem mais: os sapatos, meus amigos, os sapatos - ou coisas para os pés, em geral. Eu, que dentro desta categoria abrangente, sou doida pela sub-espécie sandália de salto altíssimo, de preferência com plataforma e cunha, exijo apenas que as ditas sejam de design e fabrico italiano, pois só os italianos conseguem transformar o look trashy de umas sandálias à travesti do Bois de Bologne, num objecto absolutamente irresistível. É por tudo isto que existem datas importantes - como as do dia em que nascemos e em que nos casámos - e outras absolutamente indispensáveis, como o foi o 5 de Maio passado, sexta-feira, graças a uma amiguinha tamanho 35, que partilhou comigo um convite VIP (sabendo, no entanto, de antemão, que calço 36 e meio...), para a preview do Stockmarket, na fundição de Oeiras (mas poderiam ter-lhe chamado Stock da Boutique Ayer e da Stivali, que tinha ido dar ao mesmo...). Sandálias de quatrocentos aéreos a cinquenta, minhas amigas, foi o que foi. Vários pares, vários pares no saco, a caminho do roupeiro, prateleira de baixo. Isso, isso: roam-se, que eu gosto. Podemos até ir tomar chá, um destes dias, para eu me exibir.