eternidade
por Vieira do Mar, em 24.01.05
- mãe, nós morremos para sempre ou vivemos outra vez?
- não sei, filho, há quem diga uma coisa, outras pessoas dizem outra...olha, como nunca morri, se queres que te diga, não sei.
(silêncio prolongado. os carros lá fora. as travagens. as buzinas. as pessoas. a cidade a mexer. a dúvida a remexer.)
- mas mãe...quem é que gostavas que ganhasse?
(eu longe. em casa. no cinema. na revisão do carro. nas coisas por pagar. no jantar por fazer.)
- que ganhasse o quê, filho?
- sim, gostavas que ganhassem os que acham que se vive outra vez ou os que acham que morremos para sempre?
- Gostava que ganhassem os que acham que vivemos outra vez. Era bem mais giro.
(silêncio breve. brevíssimo. satisfeito. completo.)
- Pois. Era só viver...e viver...e viver...e viver....e toda a gente a viver...a viver... a viver... a viver...
(e lá fomos a viver e viver e viver até casa. felizes. a imaginar a eternidade do nosso amor)
- não sei, filho, há quem diga uma coisa, outras pessoas dizem outra...olha, como nunca morri, se queres que te diga, não sei.
(silêncio prolongado. os carros lá fora. as travagens. as buzinas. as pessoas. a cidade a mexer. a dúvida a remexer.)
- mas mãe...quem é que gostavas que ganhasse?
(eu longe. em casa. no cinema. na revisão do carro. nas coisas por pagar. no jantar por fazer.)
- que ganhasse o quê, filho?
- sim, gostavas que ganhassem os que acham que se vive outra vez ou os que acham que morremos para sempre?
- Gostava que ganhassem os que acham que vivemos outra vez. Era bem mais giro.
(silêncio breve. brevíssimo. satisfeito. completo.)
- Pois. Era só viver...e viver...e viver...e viver....e toda a gente a viver...a viver... a viver... a viver...
(e lá fomos a viver e viver e viver até casa. felizes. a imaginar a eternidade do nosso amor)