and do all the things I told you
(lembro-me exactamente da primeira vez que ouvi isto, às vezes acontece. não conhecia o wilson pickett, estava em casa de uma amiga e o irmão mais velho tinha trazido o Flesh & Blood de Inglaterra nesse fim-de-semana. a capa tinha duas gajas boas - com os Roxy Music, as gajas eram sempre boas - a atirarem um dardo, tipo olimpíadas. depois vieram os telediscos e teve início a minha fase brian ferry, que foi consideravelmente longa. achava-o lindo, charmoso, um príncipe com idade para ser meu pai. acho que foi a única vez que me apaixonei por um homem mais velho. eu era a miúda do Avalon, lembram-se?, aquela modelo linda sem peso específico, de olhos verdes e pousar etéreo, que rodopiava pelo castelo. vi-a mais tarde num ou dois filmes menores, parece que não teve sucesso. numa época em que os rapazes se uniformizavam com blusões de ganga, ténis converse e gangas justas, um homem a sério usar smoking branco, papillon e ter aqueles tiques de crooner inadaptado, era irresistível. pelo menos para aquelas, como eu, que desbastavam tudo o que então aparecia, à procura de qualquer coisa de diferente que saísse do redil cultural de gosto mais do que duvidoso que foram os anos oitenta)