boas férias!
(do meu quarto)
Achei a primeira hora da abertura dos Jogos Olímpicos absolutamente extraordinária. O resto não vi, que hoje ainda foi dia de trabalho. O último. Sort of. Hoje à noite, a deitar os bofes pela boca e com uns bons quilos a menos à conta dos trabalhos forçados do último mês (ele há males que vêm por bem e é verdade que o trabalho intelectual também emagrece: em especial porque nos esquecemos de comer), rumarei ao Oeste, onde me espera uma casa pequena em cima de dois quilómetros de praia deserta. Ficarei à mercê dos humores de um gerador eléctrico e da boa vontade dos bombeiros voluntários da vila mais próxima, e do seu camião-cisterna, que transporta a água para os banhos e para a loiça. O resto é cerveja fresca, sardinhas assadas, lagosta suada, talhadas de melão, sol, areia, o atlântico gelado, e a minha gente comigo. O verdadeiro luxo é isto. Aconselho-vos nos próximos dias a procurarem outras leituras: ligada à realidade exterior por um portátil com placa de net, uma máquina digital compatível e alguns jornais do dia, este blogue corre o risco de se tornar num desinteressante fotolog das férias em família, tipo cão e gato ao pôr-do-sol, a estrela-do-mar na mão do menino ou a gaivota a caminho da berlenga. Estais avisados. Deixo-vos com uma das músicas mais bonitas do cancioneiro cubano, Amor Verdadero (até o título é bonito), nesta fantástica versão dos Afro Cuban All Stars, com o pianista Ruben Gonzalez. Agarrem na pessoa ao vosso lado. Dancem. E Boas férias.
adenda: não queria falar de coisas tristes, mas estou derramadinha para dizer isto: pena o outro não ter quinado, também. Quanto aos desabafos xenófobos a la moita flores, tipo, são mais os brasileiros e os de leste porque vêm de uma cultura de violência, olhem, uma tristeza.