...
Não nego que a ASAE aja por vezes com excesso de zelo; nem que algumas das normas europeias que obriga os outros a cumprirem, sejam idiotas e desnecessárias. Mas mais de metade daquilo que por aí se diz que aquela faz, é mentira (como algumas das coisas descritas por António Barreto no seu já famoso artigo). Pura e simples mentira. Tipo o caso das castanhas, da imposição dos assadores de inox e da proibição das listas telefónicas. A cada dia surge um novo absurdo supostamente imposto pela ASAE. Que ninguém confirmou in loco, embora toda a gente tenha um primo de um tio de um avô de um amigo que viu e que sofreu na pele os horrores da higiénica injustiça, coitado. A actuação da ASAE corre o risco de se tornar o mais sério mito urbano dos últimos anos, muito à frente daquela história dos amigos que dão boleia a um estranho e que chegam a uma curva onde aquele diz "Foi aqui que eu morri", após o que se despistam todos e fim. Já faltou mais, para começarem a correr vídeos no youtube que documentam as investidas selvagens dos danados dos inspectores sobre os comerciantes, essas vítimas inocentes cujo único interesse é trazerem a nós a tradição. Por acaso, este é um daqueles casos em que um bocadinho de objectividade até dava jeito.