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Caro Henrique Raposo:
Parece que, tal como V., muita gente pensa assim:
Por mim, podemos começar já: dos muitos milhares de licenciados que todos os anos se candidatam ao CEJ, só 1678 são admitidos a exame.
Desses, só 120 acabam nas magistraturas, depois de rigorosos exames escritos, orais, psicológicos e o camandro.
Por outro lado, qualquer recém-licenciado, independentemente da nota com que saiu da faculdade, tem entrada em qualquer grande escitório de advogados, desde que se disponha a ser tratado como escravo e a lamber muitos... hummm, processos.
Os melhores alunos de direito, os tais que ainda bem têm acesso à carreira académica, são na sua maioria uns nerds arrogantes que só servem para perpetuar a total alienação entre o mundo do direito e o mundo real. Ou seja, são de pouca serventia e nem quero pensar no que seria se chamados a julgar casos reais, obrigados a aplicar nos outros o seu desconhecimento da vida e o seu quase nenhum bom-senso.
Resumindo: não duvidando da iniquidade da decisão a que se refere (mesmo assim não sei, não a li mas conheço de gingeira certos media e o jeito que têm para descontextualizar), acho-o neste caso totalmente desprovido de razão. Era só.