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Controversa Maresia

um blogue de Sofia Vieira

Controversa Maresia

um blogue de Sofia Vieira

not a very strange love

por Vieira do Mar, em 11.10.09

" Eu podia ser uma história má daquelas que se têm que repetir a toda a gente que aparece. Como um desastre em que toda a família quer saber pormenores. Só que há um filho que se ri demasiadas vezes para ser infeliz. Sou capaz de me aguentar anos a fio para lhe encher os olhos de boas recordações. Para isso e para lhe dizer o que vale a pena, ou não, guardar lá de casa. (...)"

 

 

João, que distribui pérolas com uma parcimónia intolerável.

peace, obama, mamen!

por Vieira do Mar, em 11.10.09

Ainda não li nenhuma reacção blogoesférica ao Nobel de Obama, parece que há muita gente contra. Eu, que se fosse norte-americana provavelmente nem teria votado nele,  achei bem. Independentemente daquilo que ainda não fez,  porque não pode, porque não teve tempo ou  porque mudou entretanto de ideias, o homem criou uma vontade unânime de paz, uma boa onda universal, uma consciência colectiva momentaneamente dirigida para o bem. E isso é mais do que alguns dos que já ganharam este prémio se podem gabar.

livros

por Vieira do Mar, em 11.10.09

Entretanto, o Dan Brown (DB) Já foi. O tom pró-americano que perpassa todo o livro é francamente irritante; os monumentos são os melhores do mundo, os museus têm mais obras de arte do que todos os outros juntos no mundo, os obeliscos  são os mais altos do mundo, os avanços científicos os mais importantes do mundo, e por aí fora. Em cerca de umas boas centenas de páginas, DB reduz a Europa a uma res nullius histórica. Parece que, depois das aventuras europeias, há que acarinhar especialmente o leitor norte-americano, intrinsecamente patriótico e ignorante além-fronteiras. O livro começa bem e agarra, mas rapidamente se torna, em vários aspectos fulcrais, demasiado previsível. E depois há as incongruências do argumento; detectei algumas, mas não as vou revelar agora, para não ser spoiler, o livro ainda nem sequer saíu em português, poucos o devem ter lido. Lê-se de um trago, é certo, mas só porque estamos até ao fim à espera de uma reviravolta, de uma surpresa, ná, não pode ser só isto. Mas é. Fraquito, portanto. Agora já estou agarrada ao Bolaño, embora a volumetria me desanime, tanta página, credo. Sim, porque eu embarco totalmente nas modas e sou demasiado cusca e influencável para não querer meter o bedelho naquilo de que os outros tanto falam. Pelo sim pelo não, comprei também o último do Lobo Antunes, a ver se é desta que consigo ler um livro dele até ao fim e abstrair-me da criatura insuportavelmente vaidosa que o escreve.

estranha forma de vida

por Vieira do Mar, em 11.10.09

Costumo detestar versões das músicas de Amália; de repente, sintonizo a RTP 1 e ouço a Teresa Salgueiro a cantar Estranha Forma de Vida, o fado mais bonito de sempre. E gosto. Teresa Salgueiro continua a ter uma das vozes portuguesas mais bonitas que conheço, apurada, doce e cristalina E é bonita, ela mesma, quando canta. A milhas das feias caretas de Mariza, que me distraem da sua magnífica voz, que eu não sei porquê me agride a sensibilidade, em especial quando grita e espalha a boca pela cara. Ouço a Mariza e só penso na sua feiúra, naquela cara angulosa e espetada. Não gosto dela, aliás, não gosto de fado nem de nenhuma daquelas miúdas queques, meninas-família de apelidos sonantes, que usam e abusam dos chailes, brincos e de toda a  farafernália fadista em geral,  esgares tortuosos em especial. Gosto da Carminho, a Carminho é diferente, aquilo é o coração na boca; já me pôs a chorar, como a Amália põe. A Amália põe-me sempre a chorar, quando vou no carro e calha em sintonizá-la, mudo de estação, não consigo ouvi-la assim, a seco, por entre a cacofonia da cidade que me entra pela janela. E de olhos mareados a condução torna-se perigosa. Não sou purista, sou a favor de versões novas de coisas antigas, de versões novas de coisas novas, há lugar para tudo e para todos. Mas quando se reinventa a perfeição o que se consegue é, invariavelmente, ficar uns degraus abaixo dela. Alguns ficam mais abaixo do que outros, no entanto. Aquela coisa do Amália Hoje, por exemplo, que já vendeu não sei quantos milhares e até trás orquestra sinfónica e tudo, está no subsolo.

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